Mastectomia e o processo de reconstrução da mama

Você sabia que a mastectomia é um dos procedimentos mais comuns no tratamento do câncer de mama? A cirurgia é chamada popularmente chamada de retirada da mama - e existem diferentes tipos e técnicas, que variam em relação à quantidade de tecido mamário retirado.

Além disso, é bastante comum que esse procedimento seja realizado de maneira preventiva, ou mesmo com caráter estético, se esse for o objetivo da mulher.

Assim, continue lendo este conteúdo e saiba tudo sobre a mastectomia e os procedimentos de reconstrução da mama após a cirurgia. Confira!

O que é mastectomia?

A mastectomia é uma cirurgia para o tratamento do câncer de mama e envolve a retirada cirúrgica da mama.

Outra possibilidade é a realização da mastectomia de forma preventiva, para reduzir o risco da mulher desenvolver câncer de mama ou, ainda, em caráter estético, no caso dos transgêneros (conhecida como mastectomia masculinizadora).

Quando uma mastectomia é específica?

Nos casos de câncer de mama, a mastectomia é específica:

  • na prevenção da mulher que possui um risco elevado de desenvolvimento do câncer de mama;
  • na complementação do tratamento radioterápico e quimioterápico;
  • para prevenção do câncer na outra mama;
  • no caso de carcinoma in situ, ou seja, localizado, descoberto precocemente, para evitar a proliferação da doença;
  • quando a mulher não pode ser tratada com cirurgia conservadora, que poupa a maior parte da mama;
  • quando a mulher tem uma doença grave do tecido conjuntivo (como lúpus ou esclerodermia) e acaba se tornando mais sensível aos efeitos da radioterapia;
  • na presença de câncer de mama inflamatório;
  • quando a mulher está grávida e precisaria de radioterapia (que tem risco para o feto);
  • tem um tumor com mais de 5 cm de diâmetro ou grande em relação ao tamanho da mama;
  • quando a mulher já teve a mama tratada com radioterapia;
  • quando a mulher prefere fazer uma cirurgia mais invasiva a radioterapia.

 

 

 

 

 

 

 

Tipos de cirurgia

A mastectomia pode variar dependendo da maneira como a cirurgia é realizada e também da quantidade de tecido mamário retirado. A seguir, confira mais sobre alguns deles:

1. Mastectomia subcutânea ou adenomastectomia

Nessa cirurgia, há uma retirada de toda a glândula mamária, porém a pele é preservada. É possível, ou não, poupar a aréola e o mamilo, dependendo de cada caso.

Nessa situação, existe uma mastectomia poupadora de pele, que realiza uma retirada da glândula mamária, da aréola e do mamilo, a partir da borda da aréola. E a mastectomia poupadora de pele, aréola e mamilo, na qual a glândula mamária é retirada, mas mantém-se toda a pele da mama, a aréola e o mamilo.

2. Mastectomia parcial

Pode ser conhecida por outros nomes, como setorectomia ou quadrantectomia. Ela consiste na cirurgia para a remoção de um nódulo ou tumor benigno (com parte do tecido ao redor), sem que seja necessário retirar a mama toda.

É possível que o cirurgião retire ou preserve os gânglios próximos da mama. Isso dependerá do risco de retorno do nódulo, que deverá ser avaliado caso a caso.

3. Mastectomia simples

Também chamada de mastectomia total – é quando as glândulas mamárias são retiradas por completo, bem como a pele, o mamilo e a aréola. A cirurgia é indicada para tumores pequenos, descoberto precocemente e que esteja bem localizado, sem risco de ter se espalhado para regiões próximas.

O cirurgião também poderá fazer a retirada de gânglios axilares, na tentativa de reduzir as chances do tumor retornar ou se espalhar.

4. Mastectomia radical

Nessa cirurgia há a retirada total da mama e também dos músculos debaixo da mama, além dos gânglios axilares. A mastectomia radical é recomendada nos casos de câncer com riscos de disseminação.

A mastectomia radical modificada de Patey é uma variação, na qual o músculo peitoral maior é mantido e a mastectomia radical modificada de Madden, que preserva o músculo peitoral maior e menor.

5. Mastectomia profilática

Também conhecida como mastectomia preventiva é aquela que realiza a remoção da mama, antes mesmo do câncer de mama ser diagnosticado. Podem optar por essa cirurgia, as mulheres que:

  • tenham tido câncer de mama em uma das mamas e desejam reduzir a incidência da doença na outra;
  • realizaram biópsia indicativa de carcinoma lobular in situ (LCIS);
  • têm a mutação genética que torna mais provável o desenvolvimento da doença;
  • têm forte histórico familiar de câncer de mama.

 

6. Masttipos de Mastectomiaectomia x Cirurgia conservadora

As chances de cura do câncer de mama são praticamente as mesmas com a realização da cirurgia conservadora ou da mastectomia. O que muda é a necessidade de tratamento adicional.

Na cirurgia conservadora, na maioria das vezes, é obrigatória a realização da radioterapia por segurança.

Além disso, esteticamente, a cirurgia conservadora costuma ser menos impactante para a mulher. Além disso, é comum que o tempo de recuperação da mastectomia também seja maior.

7. Outros tipos de mastectomia

A mastectomia pode ser realizada em homens com câncer de mama – que é mais raro – e é feita da mesma forma que na mulher, mesmo que os homens tenham menos glândulas mamárias.

Outra possibilidade é a mastectomia masculinizadora, cirurgia plástica realizada para dar uma aparência masculina ao tórax, com a retirada da mama por meio de diferentes técnicas, dependendo do tamanho e do formato dos seios.

Existem outras cirurgias plásticas estéticas nas mamas, como a mamoplastia, para quem deseja reduzir o tamanho dos seios e a mastopexia, para quem deseja corrigir a flacidez e a aparência de seios caídos.

Reconstrução mamária pós-mastectomia

Após a mastectomia, a mulher tem a opção de realizar a reconstrução da mama. O procedimento pode ser feito no exato momento, ainda no centro cirúrgico da mastectomia, ou em uma segunda cirurgia.

Isso dependerá do desejo da mulher e também do tipo de câncer, pois pode ser necessária a realização de exames posteriores para ter certeza de que todas as células malignas foram retiradas.

Embora cada caso seja único, a maioria das mulheres que realizaram a mastectomia podem realizar a reconstrução da mama. O ideal é conversar sobre esse procedimento com o cirurgião plástico antes da mastectomia, assim a equipe cirúrgica poderá planejar o tratamento mais adequado.

Desde 2013, o SUS realiza a reconstrução em mulheres mastectomizadas. No entanto, é bastante comum que o procedimento demore, por conta da fila de espera, e muitas mulheres acabam optando por fazer o procedimento no particular.

Além disso, algumas mulheres podem ter uma alteração no formato da mama devido à cirurgia, por exemplo no caso da retirada de um tumor grande em uma mama pequena. Nesses casos, muitos cirurgiões recorrem à combinação de técnicas cirúrgicas para câncer de mama com cirurgia plástica, chamada de cirurgia oncoplástica.

Essas mulheres podem realizar diferentes tipos de reconstrução, como: uso de implantes menores, enxerto de gordura, redução das mamas, elevação das mamas, revisão de cicatriz ou retalhos de tecidos menores.

Opções cirúrgicas

A reconstrução mamária pode ser feita com: implantes de silicone, procedimentos usando retalhos cutâneos ou apenas a reconstrução do mamilo e da aréola. Algumas vezes também pode ser necessário combinar implantes com retalhos cutâneos, para obter um melhor resultado, bem como a reconstrução do mamilo e da aréola.

No caso da cirurgia com implantes, as próteses são colocadas embaixo do músculo, onde exista tecido mamário. Não é incomum, após alguns meses da reconstrução com prótese, a mulher passar por um “ajuste fino estético”, com a inserção de gordura retirada de uma área doadora (coxas, abdômen, culote ou nádegas) e preenchimento da área mamária que necessita de mais volume, trazendo melhor formato e aspecto estético.

É importante destacar que as próteses não atrapalham o tratamento oncológico e nem exames futuros.

Como escolher o tipo de reconstrução

A decisão sobre optar ou não pela reconstrução é bastante pessoal e é preciso considerar uma série de fatores, inclusive para decidir pela técnica cirúrgica.

Entre eles estão: estado geral de saúde, estágio da doença, tamanho original da mama, a extensão da mastectomia, a necessidade de tratamentos adicionais além da cirurgia, a quantidade de tecido disponível (mulheres muito magras podem não ter tecido suficiente para os retalhos), a necessidade ou desejo de reconstrução de ambas as mamas, tempo de recuperação da cirurgia etc.

O cirurgião plástico ainda deverá considerar outros quesitos, como: histórico médico e de saúde da paciente, métodos de reconstrução mais adequados para a idade da paciente, biótipo, estilo de vida, objetivos, entre outros fatores.

Como é o pós-operatório da mastectomia?

Geralmente, a mastectomia tem duração entre 60 a 90 minutos, com anestesia geral ou raquidiana.

A recuperação é relativamente rápida, com 1 a 2 dois dias de internação. Em alguns casos, a paciente deverá usar um dreno que precisará ser esvaziado 2 vezes por dia.

No caso das cirurgias com a retirada dos gânglios axilares, a circulação do braço correspondente poderá ficar prejudicada e o braço mais sensível. Por isso, é essencial protegê-lo contra queimaduras acidentais, ferimentos e evitar os esforços excessivos.

De forma geral, as recomendações pós-operatórias mais importantes são:

  • não carregar peso, dirigir ou realizar exercícios físicos até a liberação do médico;
  • tomar os medicamentos prescritos pelo médico, nas horas certas;
  • ir ao retorno, normalmente após 7 ou 10 dias da cirurgia;
  • contatar seu médico no caso de febre, dor que não passa com os medicamentos prescritos, vermelhidão ou inchaço tanto no local da cirurgia como no braço do lado operado.

Além disso, prepare-se para contar com ajuda nos primeiros dias, pois você não pode carregar peso e nem realizar atividades mais pesadas.

Alguns dos efeitos colaterais que podem surgir no pós-operatório são: dor, inchaço na parte superior do braço, hematoma, seroma, limitação dos movimentos do ombro e do braço, dormência na mama ou no braço, dor neuropática na axila, parede torácica ou braço etc. No caso de apresentar algum destes sintomas, contate seu médico.

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