Sabe o Que é Mama Tuberosa?

Você já ouviu falar em mama tuberosa? O nome pode assustar à princípio, mas, ao contrário do que se possa imaginar, essa condição nada tem a ver com um tumor nos seios, por exemplo. A mama tuberosa se refere a uma malformação nas mamas e não traz riscos à saúde, porém, pode impactar na autoestima da mulher. Continue lendo para saber mais.

O que é mama tuberosa?

A mama tuberosa é uma rara alteração congênita nos seios que se apresenta ainda no início da puberdade. A condição pode se manifestar em apenas uma ou em ambas as mamas. As deformidades acontecem devido à decorrência de predisposição genética.

As mamas tuberosas têm um anel fibroso na região das aréolas, o que impacta no desenvolvimento mamário. O anel constritivo limita o crescimento das mamas e a glândula mamária “empurra” todos os tecidos no sentido do mamilo e da aréola.

Com isso, os seios ficam com o aspecto de um tubo, daí o nome “tuberoso”, uma vez que as mamas com essa condição apresentam um aspecto semelhante às raízes de plantas tuberosas.

Tipos de mama tuberosa

A classificação de Grolleau et al. é a mais difundida na classificação das mamas tuberosas e ela descreve três tipos de deformidade das mamas:

  •         Tipo I: considerada leve, é o tipo mais comum e está presente em 54% dos casos
  •         Tipo II: está presente em 26% dos casos
  •         Tipo III: considerado grave moderado, se caracteriza por uma base mínima de mama e deficiência aparente de todos os quadrantes da mama. Está presente em 20% dos casos.

Como identificar?

Os sintomas iniciais das mamas tuberosas aparecem no começo do desenvolvimento hormonal e podem ser uni ou bilaterais.

As mamas tuberosas podem ser identificadas através do exame da mama, do exame físico da palpação e de exames de imagem complementares.

Entre os aspectos anatômicos que podem ser observados estão:

  •         hipoplasia mamária (mama pouco desenvolvida)
  •         seios mal posicionados no tórax
  •         aréolas aumentadas, protuberantes e desproporcionais
  •         ausência ou diminuição da parte inferior das mamas, resultado em um formato tubular

Vale ressaltar que nem sempre uma mama pequena ou assimétrica será considerada tuberosa. Somente um cirurgião plástico poderá fazer o diagnóstico preciso dessa condição.

Cirurgias de correção da mama tuberosa

A correção das mamas tuberosas é realizada exclusivamente por meio de cirurgia plástica. A técnica ideal irá variar de acordo com as características de cada paciente. Em alguns casos pode ser necessária inclusive a combinação de diferentes técnicas para um melhor resultado.Sabe o Que é Mama Tuberosa?

De modo geral, a cirurgia tem como objetivo diminuir o diâmetro da aréola, corrigir o posicionamento do sulco mamário (a linha onde o seio encontra-se com o tórax) e retirar o anel fibroso.

Entre as cirurgias corretivas, duas técnicas se destacam: a mamoplastia de aumento e a mastopexia com prótese. 

Mamoplastia de aumento

Essa técnica ajuda a melhorar o formato, aumentar o volume e garantir a simetria das mamas.

Primeiramente são feitas incisões ao redor da aréola para diminuir o tamanho dessa região e deixá-la mais proporcional. Depois, novas incisões são feitas no interior das mamas para alargar a base e mover o sulco mamário para uma posição inferior.

Por último acontece a colocação da prótese de silicone para aumentar o volume dos seios. A escolha da prótese irá depender das condições físicas da paciente, bem como da sua expectativa com o resultado da cirurgia.

Mastopexia com prótese

Essa técnica promove a correção da flacidez e o aumento de volume dos seios, ajudando a obter mamas mais firmes e proporcionais.

Ela é indicada para pacientes que não estão satisfeitas com o volume das mamas, nem com o excesso de flacidez presente nos seios.

A mastopexia com prótese consiste na reversão do caimento dos seios e no reposicionamento da pele flácida, de modo que as mamas sejam elevadas até a posição inicial e fiquem simétricas.

Outro procedimento indicado é a lipoenxertia mamária, na qual a gordura da própria paciente é retirada do abdômen ou das costas e então introduzida nas mamas, de modo a aumentar o volume dos seios e deixá-los proporcionais. Essa técnica deve ser realizada em conjunto com a mastopexia.

As técnicas cirúrgicas para correção das mamas tuberosas são feitas sob anestesia geral e duram de 3 a 4 horas.

Quais os cuidados pós-operatórios

Fiz uma cirurgia e coloquei silicone, e agora, quais cuidados preciso tomar?

O pós-operatório da cirurgia de correção das mamas tuberosas tende a ser mais incômodo e doloroso em relação ao pós-operatório da mamoplastia de aumento tradicional. Deve haver um maior cuidado com os tecidos mamários e é comum que apareçam hematomas ou inchaços nas mamas.

Entre as principais recomendações médicas para esse período estão:

  •         Usar sutiã pós-cirúrgico por 30 dias, em média
  •         Ficar em repouso por cerca de 30 dias
  •         Dormir de barriga para cima durante o primeiro mês
  •         Evitar esforços e movimentos amplos com os braços nas primeiras semanas
  •         Evitar exposição solar durante 30 dias
  •       Hidratar a pele com cremes voltados para a prevenção e o tratamento de estrias

Os pontos normalmente são retirados entre 10 e 14 dias após o procedimento. Os curativos são trocados no primeiro retorno ao consultório e depois é a própria paciente que fará a troca por um período de duas semanas.

De 2 a 4 semanas após a cirurgia, a paciente pode retornar à sua rotina de trabalho ou estudos. As atividades físicas leves, como caminhadas, podem ser retomadas após 30 dias e irem evoluindo de forma gradual. Esportes de contato e exercícios físicos mais pesados, que exijam a movimentação dos braços e do peitoral, devem ser retomados somente 3 meses após a cirurgia.

Com a redução do inchaço, entre 2 a 3 meses depois da cirurgia será possível ter uma ideia de como as mamas irão ficar. Porém, o resultado final da cirurgia só poderá ser observado entre 12 e 18 meses após o procedimento, à medida que as cicatrizes forem clareando.

Conclusão

Como vimos, a mama tuberosa é uma condição que não afeta a saúde física da mulher, porém, pode impactar a autoestima e comprometer a saúde emocional.

Como a deformidade das mamas começa durante a puberdade, que é justamente uma época em que a autoestima é naturalmente afetada e as jovens ficam mais sujeitas à pressão social, as mamas tuberosas podem desencadear problemas psicológicos e comprometer a vida social das garotas. É comum que elas se isolem e evitem participar de atividades rotineiras em grupo, como ir à praia e praticar esportes.

Para minimizar possíveis impactos psicológicos, é importante que o tratamento seja iniciado assim que a paciente começar a se sentir mal com a aparência das suas mamas.

O diagnóstico inicial é feito por meio de alguns exames físicos e de imagem, conduzidos por um cirurgião plástico. Outros exames podem ser solicitados antes do procedimento de correção para atestar a saúde da paciente e garantir o sucesso da cirurgia.

Vale ressaltar que, além do cirurgião plástico, outro profissional fundamental neste processo é o psicólogo, o qual irá ajudar a paciente a lidar com questões emocionais e de autoestima.

O pós-operatório tende a ser mais dolorido do que o de uma mamoplastia de aumento tradicional, exigindo da paciente um repouso, além do uso de um sutiã específico e de algumas mudanças em sua rotina de trabalho, exercícios físicos e até no momento de dormir.

Em poucos meses já é possível ter uma noção de como as mamas irão ficar, mas o resultado final só poderá ser observado cerca de um ano após a cirurgia, à medida que o inchaço diminuir e as cicatrizes clarearem.